sábado, 25 de novembro de 2017

RECANTO


RECANTO
 
Recanto! - sabes quanto

E mais tanto, agiganto

Ao sentir teus encantos

Aqui, desagrado é poeira

Que ao vento soprar, afastou

Sem confidenciar pra onde

Só pra deixar aflito o conflito

Pois aqui, tal inexiste

Assim, quem resiste

A canto desses; aconchegante

Eterniza o emocionante instante

Em casamento: natureza com sutileza

Do som das águas

O cantar dos pássaros

Melodias de som vibrante

Em despertar eletrizante

Traz a paz envolvente

Que o doce recanto contém

O desalento esmaece

Enquanto no peito cresce

As conjunções do coração

Com emoção

Contemplativa

Evoca os sabores da vida

Sem folgar clamores da alma














terça-feira, 31 de outubro de 2017

LENÇO




LENÇO

Desde muito moço

Carrego lenço no pescoço

Amparo que preciso

Sem algum formalismo

Abriga no frio do sul

Protege em calor do sol

No galpão ou relento

Pontas jogadas ao vento

Em aventuras quero honrá-lo

Tanto a pé como a cavalo

Por ser mais que ornamento,

Quase um testamento

Pelo que representa

Na campanha é costume

Preceito que vem a lume

Por tamanha vocação

Tradicional expressão

Joia presa ao pescoço

Tua energia faz poema

Teu nó, um emblema

Na precisão, faz e desfaz

Seja guerra ou na paz

Essência da indumentária

Frequência obrigatória

Junto ao gaúcho tenaz

Na cabeça foi natural

Hoje não mais

Tanto faz

Pode cair à frente ou pra trás

Se no embate que sustenta

É adereço que acalenta        

Na história que arregimenta

Valores da demanda cultural!

 

terça-feira, 24 de outubro de 2017

PENA




PENA

Ao cruzar céu e nuvem

No bater de asas

Tão ágil ser

Vem propiciar  

Panorama de grande força

Por defrontar diverso vento

Em lance ao mudar direção

Luta intensa e sem tréguas

Contudo, triunfante

Saudei a andorinha!

Por bravura tanta

Nesse desafio contundente

No entanto, para trás ficou

Algumas plumas e penas

Para quais restou o corrupiar

Carregadas ao sabor do vento

Vêm caindo, caindo, do alto

De repente, uma pena

Por que não!?

Vem, pousa em minha mão

Senti um matiz esfuziante

Coincidência ou não

Desde então

Paradigmas subdelegam:

O viço é mais vibrante

As liberdades, mais atuantes

Pensamentos em persuasão

E tanta é a paz no coração

Será!, a um convite condiz?

A ser ainda mais e mais feliz!?

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

TACADA


Eu, meu amigo Daltro Coelho, parceiro em jornadas de jogo de sinuca (snooker), apreciadores que somos do referido jogo, quando muitas vezes encontramos para um e outro treino, a cada oportunidade vamos aprimorando a performance de praticantes desse esporte. Por acréscimo, tem-se a oportunidade também desenvolver o amistoso convívio e a amizade fraterna. No texto a seguir, nesse conjunto de palavras tentamos esboçar certo sentimento poético fazendo um meneio em analogia com as nuanças do cotidiano vividos pela eterna conjugação, pessoal, de esforços no caminho de conquistas intrínsecas e toda sorte de emoções nos mais variados aspectos e seguimentos da vida

TACADA

No bate-bola da vida

Numa alusão ao nexo

É atinar ao jogo da vida

Num traçar de jogadas

Por regras demarcadas

Que seja assim o objeto

Do êxito ao concurso

Quais sejam preservadas

No Entrecruzar das direções

Ou auspiciosas ou adversas

Pelas vicissitudes advindas

Do aprumado tapete

Em similitudes na existência

Assim o curso da questão 

Quanto maior a excelência

De cada qual

Mais reflexos a confluir

Aos marcadores da existência

Que se vão somando, com certeza

Confraternizações, irmandades

É estrada que abre

Por caminhos da amizade

Quiçá de felicidade

Aos ganhadores, consagração

Porque campeões todos são

Basta ter um coração!

sábado, 29 de julho de 2017

NATUREZA



NATUREZA

 

É assim que acontece 

Na vida de um campeiro

Três dias no povoeiro

E já o peito se inflama

A natureza é que chama

E sai num trote mui ligeiro

 

O enrolar do pelego

E já fica com pressa!

Vai à campanha, sem conversa!

Fogo grande de chão

Brasa no aquecer do galpão

Para o gaúcho é uma festa!

 

Lá onde berra o terneiro

Este é som que se faz

Que de longe o vento traz

Por entre coxilha e a mata

O mugido do boi e da vaca

Tchê!, mas que vida cheia de paz!

 

Isso é música aos ouvidos

É coração que palpita                                   

O quero-quero que grita

E o ronco do mate

É o cachorro que late

Numa sinfonia infinita                                                     

 

Som da querência

Disso não me desfaço

É tradição em compasso

Muitos são os encantos

É aqui na vida do campo

Que ouço cantar o pássaro

 

Atiçado o fogo de chão

A água da cuia esfumaça

Nessa hora - o peão relaxa

E nada vai tirar a calma

É a vibração cá da querência

Na Terra que o sol esquenta 

Paz e amor como alimentos da alma!



 

 

domingo, 14 de maio de 2017

DIA DAS MÃES


DIA DAS MÃES, contos e estorias p/homenageá-las
Nesta data vem sempre a lembrança daquele menino e sua mãe. Era ele franzino, nem lembrava muito bem do pai, por razões que não vamos particularizar, com certeza não vem ao caso, neste momento, mas provavelmente pela carência da presença deste, na falta de afinidades com o mesmo, pela falta de maior convívio, talvez. Portanto, aquele jovem muito jovem ainda, vivia só com a mãe. Contudo, nessa oportunidade, um dia especial, afinal, era o dia comemorativo ao “dia das mães”. O menino quando chegara, da rua, em casa já era hora do almoço. A mãe que acabara de preparar simples refeição convidou-o a acompanhá-la, então, sentou-se à mesa a fazer companhia à sua mãe. Ao terminar a refeição ficou em pé, respirou fundo e disse: - Mãe, quando eu caminhava pela rua ouvi atrás de mim, barulho de algo caindo, voltei e juntei esta romã rachada que acabara de cair ao solo pelo lado de fora da cerca de um dos pátios vizinhos, está fresquinha, qual te quero oferecer neste dia das mães. Nesse dia estava falante o moço, pois, continuou: - Desculpe mãe eu não poder te dar um presente melhor neste dia tão especial para você que merece e é o dia das mães. A mãe emocionada respondeu: - preocupa não meu filho, nem liga para isso, para mim por melhor que seja o presente e por mais bonito que seja o embrulho, se envolto em papel e fitas chiques, mesmo que fosse um objeto de alto valor monetário, seria apenas representado pelo aspecto momentâneo, suplementar e simbólico, quiçá efêmero valor, o que, aliás, para mim importa mesmo é o singelo no manifesto grandioso pelo teu gesto, pelo que vem de ti meu filho, o presente material simples ou caro de ti para mim não é o mais importante. Preocupa não filho, repetiu a mãe. -Para mim o verdadeiro e principal presente, já ganhei, é você, a tua presença, o teu carinho a tua atenção que recebo todo dia do ano, a convivência, o amor de filho. Além do mais, digo-te, meu filho, o verdadeiro e maior presente, que queria receber já recebi do Grande Arquiteto, Deus, quando você nasceu. Atribuindo-me, Deus, a sublime e sagrada incumbência terrena de gerar e receber uma vida, a vida do meu filho e a gloria de bem poder orientar e bem influenciar no teu crescimento que graças a essas dádivas como a do discernimento para o desenvolvimento de minha própria capacidade, para criá-lo, orientá-lo e educá-lo, estes sim, presentes perenes consagrados pelo Grande Arquiteto que é Deus.
Nosso abraço, a minha e, a todas as mães, evidenciando como é sublime e autêntico o amor de mãe, dar amor sem nada esperar receber. Salve o dia das mães.

terça-feira, 28 de março de 2017

MANGUEIRA


Estimado filho, Antonio Licurgo, que esse dia seja radiante para o aniversariante, mais um marco a canalizar novos ares a vibrar em uma constante e por inteiro experienciar em Áries ou carneiro, nessa hora, aqui e agora, faz-se necessário camperear para repontar montaria a enveredar por caminhos a trilhar num treino engatilhar e de pronto o disparo do faro de quem palpita e milita pela escrita como um redomão de lápis na mão, tentar dizer o que o peito regurgita, num relance buscar alcance para dizer algo que dê um caldo vigoroso e teimoso, firme como um filme, instigante nesse instante, um ajuntado de falquejados a consolidar pensamento que impulsiona e de repente estacionar  numa mangueira de lida campeira, talvez uma intuição, pode ser inspiração, um verso disperso, uma canção, pode sugerir um porvir de boa sorte mas nessa vida institucional sem relegar o emocional, deixar ver e ser forte, numa alma focada e tocada numa toada de modo a crescer e fortalecer para uma circunstância em qualquer instância na estância da vida, calçar o pé na estaca sem afrouxar a guaiaca como palanque de mangueira mais firme, fincado, forte e arraigado como se ali, da terra,  tivesse brotado. 

MANGUEIRA

No asseio construída

É pura madeira de lei

Nas cercanias granjeada

E a dedo escolhida

Em gerações recolhida

Vigoroso palanque

Arame, de encomenda

Lá na Capital é a venda

Oigale!, uma fortaleza

Pouco mais.., invernada

Tanto vigor e grandeza

É marca da querência

Esteio de lide campeira

E pra seguro da lida

Toda força e resistência

Touro alçado a jogar-se

Não repete a façanha.

Como rígida a mangueira

Amparo de vida campeira

Assim a galopar afetividade

De flama incondicionada

Na ação de vida desafetada

Vigor emocional

Na linha traçada

Demarcando padrão

Em constância ascensional

Por maior o amolo

Na estesia consolo

Que a vibração confere

Fazendo distinção

Da consciência a emoção

Palanque na terra cravado

E nada a mexer com ele

Como se ali, tivesse brotado!

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017


ESPETÁCULO/SPMPM

Olha eu aí, marcando presença nesse grandioso espetáculo musical denominado Gala Lírica. Tive a grata satisfação de participar de tão magnífico espetáculo. Realizou-se no ano de 1996, sob a regência estruturada em Peças de Óperas, pelo maestro Sergio Sisto, exibida no palco do teatro Guarany/Pelotas/RS. Restariam apenas reminiscências ou resquícios de memória, porventura inexistisse o registro pela foto. Lembrança (foto) esta recebida e guardada com carinho, foi-me presenteada, à época, pelo saudoso especial amigo Idelfonso Silva, colega atuante no grupo dos cantores junto ao coro de vozes da SPMPM, qual se vê à minha esquerda na foto.   

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

CONJUNTURA



                                  CONJUNTURA

Aquerenciado aqui pelo glorioso e querido Bairro Laranjal, conhecido também como Praia do Laranjal, margeia a Lagoa dos Patos, Zona Sul. Moradores amigos barbaridade! Hoje, depois de alguns dias, sem ver a cor da água na torneira, resolvi montar ronda à espera do líquido potável, afinal as notícias eram alvissareiras. Desde às duas horas da manhã; torneiras abertas, som baixinho, música para relaxamento, queria ser um dos primeiros a recepcioná-la. O Astro-Rei apontou no horizonte, e nada! 
Sabes, nunca havia passado por uma situação dessas, tão aguda, assim, não! Ao passar das horas, as caixas d’água secando; em contrapartida ao que limpar e lavar acumulando, a caixa d’água reserva rareando e já revelando os resíduos depositados ao fundo, calor forte. Nessa hora, checa-se o estoque de desodorante! Um dilema!. As perspectivas de normalização, todas fazendo boquinha de siri. Vai-se ficando meio atordoado, meio assombrado, pensativo, meio sonolento, quase cataléptico. Portanto, acredito, talvez o episódio não tenha passado de um mero sonho, uma alucinação, ou miragem. Sei que quando dei conta da vida, retornando à lucidez, essa história, que agora relato, apresenta-se confusa entre a realidade e um sonho sonhado, contudo, tudo muito claro na memória, que nem água cristalina, como seja:
A certa hora do dia, passei mãos em um banquinho mocho tipo de campanha, cuia de mate chimarrão, servi o mate, de modo a ter uma conversinha ao pé do ouvido, como dizem lá na campanha. Sentado ao lado de uma torneira que fica na calçada, próximo à rua, mal começou a conversa passou, um veículo passou outro, outro e outros tantos, taparam-nos, literalmente, de poeira, a prosa foi pouca, devido a esse particular. Era tanta poeirada que nem eu mais enxergava a torneira e nem ela mais me via. Lembrei do tempo que fui tropeiro estrada a fora, bebia mate com terra vermelha. Portanto já não sendo marinheiro de primeira viagem, em assunto de poeira de estrada, ou seja: calejado no assunto. Só pude dizer rapidamente - por favor! -veja se dá uma força hoje, libera algumas gotas, preciso passar uma água nas canelas. Levantei rapidamente cuspindo poeira, se ela respondeu, já não mais estava ali para ouvir a resposta. Bueno daí corri para o pátio, instalei o banquinho mocho, estrategicamente bem ao centro, pois dali ficava perto das outras três torneiras externas. Isso pra ganhar tempo e falar com a torneira que serve o pátio, a do tanque e da pia externa auxiliar, todas participariam da mesma conversa. Bom!, bem posicionado – pensava: - daqui já falo com as três numa conversa só. Daí fui firme e determinado! Perguntando! Alguma de vocês pode liberar poucas gotas d’água hoje?  Repeti a mesma ladainha da primeira vez, afinal hoje já vai pra mais de semana, é preciso passar uma água nos pés, pelo menos, nem que seja. Uma caneca cheia já serve. Olha só, conto uma coisa: se eu não estivesse presente juro que não acreditaria no que ouvi. Até acho que pode ter sido uma fala que tenha vindo por cima do muro trazida pelo vento. Mas que escutei, escutei! o que uma delas falou: -  “não depende de boa vontade, isso é problema da conjuntura”!