segunda-feira, 25 de agosto de 2008

HINO

HINO


Augusta! Beneficente!
Tua história é secular
Com harmonia consciente
Soube sempre avançar



De pé! e a ordem!
Caríssimos irmãos
Com união incondicional
Obreiros da reconstrução
Perseverança fraternal
No templo de salomão
Ostenta teu avental



Fez! boa fé no ilustrado
Combatendo a opressão
Sem reivindicar louvado
Ao que é da obrigação



De pé e a ordem ..........



Se! liberdade vais pensar
Pelotas é nossa cidade
Se! igualdade vais trilhar
Chega na fraternidade!



De pé e a ordem.....




Hino à Fraternidade

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

MEU CAVALO

Ao ensejo da proximidade dos festejos e comemorações do movimento farroupilha quando culminará na semana farroupilha tendo seu ponto alto junto a data magna dia vinte de setembro, ao escrever modestos versos, de minha lavra, faço menção ao cavalo, ao galpão e ao fogo de chão , símbolos, aliás, por oportuno, neste momento, reverencio, embora, destes, algum não tido como oficial, porquanto, meu intento único é de render justa homenagem ao culto às tradições gauchas, aos idealizadores, bem como às pessoas engajadas na organização e envolvidas na participação desse tão importante evento de grande expressão e que tanto orgulha a todos nós gaúchos.



MEU CAVALO


Vejam só, eu falo aos amigos
Meu cavalo foi fenomenal
Difícil será nascer outro igual
Sei que pouca gente acredita
Mas falar inverdade quem necessita?
Não era só um cavalo, até me intrigo
Acima de tudo um bom amigo
Nem parecia do reino de animais
Este cavalo compreendia demais
Nem mesmo eu, acreditar consigo

Mas assim era esse cavalo
Foi bom de carroça
Puxava arado na roça
Era um perfeito atleta
Nunca perdeu em cancha reta
Certos momentos até assustava
Às vezes parece que falava
Quase me derrubava de susto
De prova, só meu cusco
Confesso que me assombrava

Este relato é verdadeiro
Quando à beira do fogo de chão
Nos acordes do meu violão
Cantarolava uma canção
Meu cavalo vinha à porta do galpão
Parecia ter compreensão
Cabeça erguida prestava atenção
Cantava pra ele dois versos na hora
Senão..., não se ia embora
Isso seria coisa prá investigação

Certa feita, saímos prá estrada
Numa fazenda a dar uma demão
Em grande lida de castração
Saímos nos caminhos do atalho
Nem sonhava este atrapalho
Que íamos ter pela frente
Chuva insistente virou enchente
Mudando, assim, nossos planos
Mas como bons vaqueanos
Nem rangemos os dentes

De repente chuva, e das grandes
O lajeado já não mais deu vau
Ficamos na fazenda do Nicolau
Mais ou menos três semanas
Ir adiante só se fosse na chalana
Ficamos que nem bicho na toca
Lá na fazenda atirados à matroca
Ajudando na lida caseira
Prá não botar na cabeça besteira
Que o pensamento provoca

No lajeado..., correnteza forte
Meu cavalo nem reclamava
Pois todo o dia passeava
Com Maria, a filha do patrão
Tinha milho, alfafa no galpão
Ideava com meus botões, e agora?
Será vai ele querer ir embora?
O fato, que nem ligava pra mim
Meus pelegos não queria, só o selim
Seria pelo perfume ou alivio da espora?

Baldoso e mal acostumado
Ficando apoderado no trato
Também com todo esse aparato
Agora já nem tinha escuta
Acostumado que era a lida bruta
Mas depois dessa mordomia..
Nunca teve tanta regalia
Vejam só mas que destino
Nem sabia do trejeito feminino
E agora cheio de galhardia

Tudo um dia muda, diz o ditado
A chuvarada passou..
A água do lajeado baixou
Vamos pegar a estrada de volta
Vejam só, mas que revolta!
Meu cavalo empacou, parece dizia
Não retorno sem a Maria
Senti que não teria arrego
Vai ficar curto o meu pelego
Mas era o que eu mais queria

Claro fiquei apreensivo
Agente também não se ilude
Mas a prenda tinha atitude
Disse ela, cansei da solidão
Gostei muito do alazão
Estou amando este peão
É de vocês meu coração.
Meu cavalo tomou a estrada
Com a prenda engarupada
Que veio morar no meu rincão







sexta-feira, 1 de agosto de 2008

LAGOA

LAGOA

Às vezes venho mariscar
Lustral águas tuas à meus pés
Quantos já fez saciar
No vai e vem de tua maré
O peixe mandas buscar
Nas tuas águas de axé

Fico à tua margem
Lendo teu pensamento
Escutando tua mensagem
Que só contas ao firmamento
Mas na tua homenagem
Guardarei conhecimento

Olhos rasos de ti mesmo
Salva-te em tuas tábuas
Nas seivas que correm a esmo
Para que faças a enxágua
Por si só, d’algumas mágoas
Que queiram tisnar tuas águas

Tuas águas continentais
Transportando muitas riquezas
Em teus seios naturais
Para com todos tem leveza
Pois os trata como iguais
No âmago de tua grandeza

Tamanha a contemplação
De tuas águas tão prodigiosas
É um “botar água na mão”
Nas curvas tão virtuosas
Quando é chegado o verão
Fazendo-te águas de rosas

LAREIRA



LAREIRA

Fogo de chama ardente
É o fogo d’uma lareira
É algo tão surpreendente
Aos que ficam a sua beira
Pode unir fraternalmente
Em sua volta a família inteira

Mas, contudo, até que enfim
A sós..., a amada ao lado
Quando, então, reina o sim
Afinal, instante tão esperado
Tomara isso não tivesse fim
Momentos, aliás, de significado

Nessa hora, em cena o original
Para o cumprimento à risca
Famosa praxe convencional
A gente até se belisca
Acionando som ambiental
Ao candente rubro da faísca

Um pra ti outro pra mim
Junto a lareira quente
Já recostados ao coxim
À luz do fogo tremente
Cálices tocam-se num tim-tim
Os ânimos estão salientes

Imagine quem quiser
A extensão desse arrogo
No imo aconchego do estaminé
As clássicas regras desse jogo
Só a fumaça da chaminé
A desnudar segredos desse fogo