quinta-feira, 24 de novembro de 2011

LOUCURA


Vejo através do monte

Alguém sair voando de casa

Meio baleado d’uma asa

Flutuando por sob a ponte



Vai até o chafariz da cidade

Ver se está para peixe o mar

Precisa d’alguma barganha pescar

Para vôo alçar em profundidade



Lá encontra cachorros valentes

A cortarem o vento minuano

Para arder a chama do desengano

Pois necessitam ficar quentes



O ruminante a dessecar tabaco

No escuro asfalto, a ruminar

E cada carro a circular

Dentro do próprio buraco



Cada pulicídeo com o seu cão

Tipo de particular chofer

Pelas distâncias a percorrer

No quintal de cada mansão



Quem sempre foi ajuizado

Vê-se agora confuso

Como se entrando em parafuso

Será ficou desvairado?



Um dia, do sonho vai acordar

Sabe-se lá quanto tem sonhado

Será anda sonhando acordado?

Isso já beira à loucura de atar!