Ao ensejo da proximidade dos festejos e comemorações do movimento farroupilha quando culminará na semana farroupilha tendo seu ponto alto junto a data magna dia vinte de setembro, ao escrever modestos versos, de minha lavra, faço menção ao cavalo, ao galpão e ao fogo de chão , símbolos, aliás, por oportuno, neste momento, reverencio, embora, destes, algum não tido como oficial, porquanto, meu intento único é de render justa homenagem ao culto às tradições gauchas, aos idealizadores, bem como às pessoas engajadas na organização e envolvidas na participação desse tão importante evento de grande expressão e que tanto orgulha a todos nós gaúchos.
MEU CAVALO
Vejam só, eu falo aos amigos
Meu cavalo foi fenomenal
Difícil será nascer outro igual
Sei que pouca gente acredita
Mas falar inverdade quem necessita?
Não era só um cavalo, até me intrigo
Acima de tudo um bom amigo
Nem parecia do reino de animais
Este cavalo compreendia demais
Nem mesmo eu, acreditar consigo
Mas assim era esse cavalo
Foi bom de carroça
Puxava arado na roça
Era um perfeito atleta
Nunca perdeu em cancha reta
Certos momentos até assustava
Às vezes parece que falava
Quase me derrubava de susto
De prova, só meu cusco
Confesso que me assombrava
Este relato é verdadeiro
Quando à beira do fogo de chão
Nos acordes do meu violão
Cantarolava uma canção
Meu cavalo vinha à porta do galpão
Parecia ter compreensão
Cabeça erguida prestava atenção
Cantava pra ele dois versos na hora
Senão..., não se ia embora
Isso seria coisa prá investigação
Certa feita, saímos prá estrada
Numa fazenda a dar uma demão
Em grande lida de castração
Saímos nos caminhos do atalho
Nem sonhava este atrapalho
Que íamos ter pela frente
Chuva insistente virou enchente
Mudando, assim, nossos planos
Mas como bons vaqueanos
Nem rangemos os dentes
De repente chuva, e das grandes
O lajeado já não mais deu vau
Ficamos na fazenda do Nicolau
Mais ou menos três semanas
Ir adiante só se fosse na chalana
Ficamos que nem bicho na toca
Lá na fazenda atirados à matroca
Ajudando na lida caseira
Prá não botar na cabeça besteira
Que o pensamento provoca
No lajeado..., correnteza forte
Meu cavalo nem reclamava
Pois todo o dia passeava
Com Maria, a filha do patrão
Tinha milho, alfafa no galpão
Ideava com meus botões, e agora?
Será vai ele querer ir embora?
O fato, que nem ligava pra mim
Meus pelegos não queria, só o selim
Seria pelo perfume ou alivio da espora?
Baldoso e mal acostumado
Ficando apoderado no trato
Também com todo esse aparato
Agora já nem tinha escuta
Acostumado que era a lida bruta
Mas depois dessa mordomia..
Nunca teve tanta regalia
Vejam só mas que destino
Nem sabia do trejeito feminino
E agora cheio de galhardia
Tudo um dia muda, diz o ditado
A chuvarada passou..
A água do lajeado baixou
Vamos pegar a estrada de volta
Vejam só, mas que revolta!
Meu cavalo empacou, parece dizia
Não retorno sem a Maria
Senti que não teria arrego
Vai ficar curto o meu pelego
Mas era o que eu mais queria
Claro fiquei apreensivo
Agente também não se ilude
Mas a prenda tinha atitude
Disse ela, cansei da solidão
Gostei muito do alazão
Estou amando este peão
É de vocês meu coração.
Meu cavalo tomou a estrada
Com a prenda engarupada
Que veio morar no meu rincão
Um comentário:
As poucas vezes que tivemos a oportunidade de conversarmos não tinha como ver o talento que existia dentro deste nobre amigo quero aqui deixar meus parabens pelo belissimo trabalho e tenho certeza que as pessoas que iram acessar o seu blog ficaram satisfeita com essas preciosidades, porque eu fiquei
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