sábado, 7 de novembro de 2015

A FLECHA



  
                                    
                               
                             Desenho: Luiz A. Colomby

Fala-nos a metáfora, na eloquência de linguagem; algumas coisas depois de atiradas, são ouvidos de mercador, não voltam, ainda que se peça. Duas delas são: a “flecha lançada” e a “palavra falada”. Porém, uma disparidade entre a flecha e a alocução. A flecha quando atirada, pode ou não consumar sua proposta, seja qual for o alvo. Entretanto, na força que conduz, a palavra quando lançada pode conter substância doce ou amarga, contudo, sempre acerta o alvo: o peito de alguém. Quando o atirador lança a secreção; ou acre ou drope, não errará! Acertará, com certeza o objetivo, ou seja, alguém a ser atingido. Interessante, nessa hora, é usar a transparência como insígnia e não se preocupar com o enredo. A trajetória da flecha é objetiva e se ela veio na tua direção, contemple a linha que sagra..

A FLECHA

Se a flecha te fez alvo

Descerra cortina da paz

Convida-a para entrar

Não a deixe ricochetear

Ou desviará do lugar

E ao perder-se na escuridão

Reencontrá-la, jamais

Flecha não voa sozinha

Esta contém endereço

Só chegou a você

Pra conhecer teu coração

Impulsionada pela emoção

Se pensar em devolvê-la..

Óh! ..

Que dó!

Por favor, tá..!, Sem dor!

Sem perder a mira

Convenções, não firas

E não a devolva envenenada

E sim, com o perfume das mãos

A suavidade do teu coração

Ao invés de tortura

Que se entranhe na ternura

A flecha que se atira não volta..

Mas se ricochetear no carinho

Ainda que só por um pouquinho..

Ela voltará em teu regaço

Sequiosa do meu abraço!

 

 

 

2 comentários:

Anônimo disse...

Ilustríssimo Escritor

Na expressão poética e inspiração, vieste a nos beneficiar com teus escritos, em particular a "Flecha", que retrata com clareza as relações afetivas, cujas palavras impensadas e ásperas são lançadas frequentemente no nosso dia a dia, e que no impulso jogamos contra o outro, sem espaço de tempo para a defesa, somando em dores emocionais, que muitas vezes fere mais que a própria dor física... Porém, o grandioso está em saber lidar com as cicatrizes e com a compreensão que somos feridos e ferimos, a diferença está na superação, capacidade de resiliência e visão de crescimento/evolutivo, pertencentes ao processo natural da vida.

Airton Veiga Castro dos Santos disse...

Vejo que minha leitora, digo leitora pelo fato de teres feito questão em identificar-se por outro forma de interação, aliás, muito bem compreensível. És uma pessoa letrada ao que demonstra pela expressão de tuas palavras bem aplicadas e com estrito senso de colocação. Como dizes "saber lidar" com os infortúnios e, eu digo, que tão somente nos atingirão se o permitirmos de vez que inadvertidamente estejamos com nossa frequência energética abaixo da linha padrão. Portanto saibamos nos defender para que tenhamos uma mente sã em corpo são, conforme já falou aquele poeta italiano em Citação Latina. Em assim sendo, seremos eternamente felizes e faremos um mundo ao nosso redor, mais feliz e sucessivamente. É sempre um prazer conversar com você. Abç