É assim que acontece
Na vida de um
campeiro
Três dias no povoeiro
E já o peito se inflama
A natureza é que chama
E sai num trote mui ligeiro
O enrolar do pelego
E já fica com pressa!
Vai à campanha, sem conversa!
Fogo grande de chão
Brasa no aquecer do galpão
Para o gaúcho é uma festa!
Lá onde berra o terneiro
Este é som que se faz
Que de longe o vento traz
Por entre coxilha e a
mata
O mugido do boi e da vaca
Tchê!, mas que vida cheia
de paz!
Isso é música aos ouvidos
É coração que palpita
O quero-quero que grita
E o ronco do mate
É o cachorro que late
Numa sinfonia infinita
Som da querência
Disso não me desfaço
É tradição em compasso
Muitos são os encantos
É aqui na vida do campo
Que ouço cantar o
pássaro
Atiçado o fogo de chão
A água da cuia esfumaça
Nessa hora - o peão
relaxa
E nada vai tirar a calma
É a vibração cá da querência
Na Terra que o sol esquenta