Vejo através do monte
Alguém sair voando de casa
Meio baleado d’uma asa
Flutuando por sob a ponte
Vai até o chafariz da cidade
Ver se está para peixe o mar
Precisa d’alguma barganha
pescar
Para vôo alçar em profundidade
Lá encontra cachorros valentes
A cortarem o vento minuano
Para arder a chama do desengano
Pois necessitam ficar quentes
O ruminante a dessecar tabaco
No escuro asfalto, a ruminar
E cada carro a circular
Dentro do próprio buraco
Cada pulicídeo com o seu cão
Tipo de particular chofer
Pelas distâncias a percorrer
No quintal de cada mansão
Quem sempre foi ajuizado
Vê-se agora confuso
Como se entrando em parafuso
Será ficou desvairado?
Um dia, do sonho vai acordar
Sabe-se lá quanto tem sonhado
Será anda sonhando acordado?
Isso já beira à loucura de
atar!